A sala de pesos costuma intimidar. Preconceitos sobre “perder flexibilidade”, “ficar grande demais” ou “não saber por onde começar” afastam muitas mulheres do treino resistido. O relato publicado na Vogue parte desse desconforto e o transforma em ação: começar pequeno, observar a própria evolução e ampliar o repertório de movimentos com calma. O texto descreve o impacto prático desse passo inicial na composição corporal, na disposição diária e no senso de autonomia.
O relato que virou porta de entrada
A autora narra ansiedade ao encarar halteres, receio de julgamento e a estratégia que funcionou para ela: combinar sessões de força com Pilates, incluir pequenas cargas em casa e manter progressão simples, possível e constante. O resultado foi mais força, mais resistência, melhor foco e sensação real de empoderamento.
O artigo também lembra que o benefício do treino não depende de comparações com homens, mas da regularidade, da técnica e de um plano que faça sentido para cada rotina.
O que a ciência já confirma
A literatura recente reforça que mulheres colhem ganhos cardiorrespiratórios, metabólicos, ósseos e cognitivos com treino de força bem conduzido, inclusive em faixas de carga moderadas.
Revisões de 2025 destacam melhora de marcadores inflamatórios, sensibilidade à insulina e indicadores de função cerebral com protocolos progressivos e consistentes.
O recado é direto: não é obrigatório treinar pesado desde o primeiro dia; é essencial treinar de forma progressiva, com técnica e frequência suficientes para gerar adaptação.
Como começar sem travar
- Escolha movimentos base: agachamentos, empurrar, puxar, levantar do chão.
- Adote progressão simples: duas a três sessões por semana, 6 a 10 exercícios no total, 2 a 4 séries por exercício, 6 a 15 repetições, descanso que permita manter a técnica.
- Use o RPE como bússola: pare com 1 a 3 repetições “na reserva”, garantindo execução estável.
- Mantenha o que você já ama: Pilates, caminhada, bike leve, desde que não inviabilizem a recuperação.
- Registre o treino: anote cargas, repetições, sensação de esforço; celebre progressos pequenos.
- Procure referências seguras: instruções claras, ajuste postural simples, movimentos dentro de amplitude controlada.
Saúde além do espelho
Força é ferramenta de longo prazo.
Mulheres que incluem treino resistido tendem a preservar massa magra, proteger densidade mineral óssea e carregar benefícios para o humor e para a clareza mental. A mensagem central do relato da Vogue não é sobre ”perder ou ganhar” algo no corpo, mas sobre ganhar controle do próprio processo, aprender a progredir de modo sustentável e transformar rotina, postura e cabeça a partir de decisões repetidas com paciência.
Fontes consultadas
- OKEOWO, Alexis. Scared to Start Strength Training? I Was Too. Vogue, 15 ago. 2025. Disponível em: https://www.vogue.com/article/strength-training-women. Acesso em: 16 ago. 2025.
- MRUCZYK, K. et al. The Impact of Physical Activity on Metabolic Health and Inflammation. Metabolites, v. 15, n. 7, 2025. Disponível em: https://www.mdpi.com/2218-1989/15/7/420. Acesso em: 16 ago. 2025.
- LI, W. et al. Research progress on resistance exercise therapy for improving cognitive function in patients with Alzheimer’s disease and muscle atrophy. Frontiers in Aging Neuroscience, 2025. Disponível em: https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC12016217/. Acesso em: 16 ago. 2025.
- KRAEMER, W. J.; FRAGALA, M. S.; RATAMESS, N. A. Evolution of resistance training in women: history and mechanisms for health and performance. Sports Medicine and Health Science, v. 7, 2025. DOI: 10.1016/j.smhs.2025.01.005. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2666337625000162. Acesso em: 16 ago. 2025.